Uma doença neurológica que evolui de forma discreta, mas com impacto crescente.
A Doença de Parkinson é uma condição neurológica crónica e progressiva que afeta o movimento e outras funções do organismo. Os sintomas vão além dos tremores — incluem alterações posturais, lentidão, distúrbios da fala e até depressão. Embora não haja cura, a fisioterapia é uma das formas mais eficazes de manter a mobilidade, reduzir o risco de queda e preservar a qualidade de vida.

O que é a Doença de Parkinson?
A Doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo, depois do Alzheimer. Caracteriza-se pela diminuição progressiva da dopamina — um neurotransmissor fundamental para o controlo do movimento.
Afeta cerca de 3% da população com mais de 80 anos e é ligeiramente mais comum nos homens (razão de 3:2).
Quais são os sintomas?
Sintomas Motores
- Tremor em repouso (frequentemente num só lado, como o polegar)
- Bradicinesia (lentidão de movimentos)
- Rigidez muscular
- Alterações da marcha (passos curtos, tronco inclinado para a frente)
- Instabilidade postural e quedas
- “Freezing” (bloqueio dos pés ao iniciar o movimento)
- Distonia (dedos em garra ou martelo)
Sintomas Não Motores
- Hipofonia (voz fraca)
- Disfonia (voz rouca ou soprada)
- Hipomimia (redução das expressões faciais)
- Hiposmia (perda de olfato)
- Prisão de ventre e alterações urinárias
- Distúrbios do sono
- Disfagia (dificuldade em engolir)
- Depressão e ansiedade
Cerca de 50% das pessoas com Doença de Parkinson têm depressão, e 40% apresentam ansiedade. Estes sintomas não são apenas reação ao diagnóstico — fazem parte do impacto da doença no cérebro.
🔎 Qual é a causa?
A origem da doença ainda não é totalmente compreendida, mas sabe-se que envolve:
- Redução da dopamina no cérebro
- Predisposição genética
- Fatores ambientais (exposição a toxinas)
- Estilo de vida e envelhecimento
A dopamina é o neurotransmissor que permite aos músculos receberem ordens para se moverem. Com menos dopamina, os sinais motores tornam-se lentos ou bloqueados.
Como se diagnostica?
A Doença de Parkinson não é detetável em exames de imagem ou análises. O diagnóstico é clínico, feito por um neurologista, com base em:
- Historial médico
- Observação dos sintomas motores
- Exame físico detalhado
Em alguns casos, exames complementares podem ser pedidos para excluir outras patologias.
Tratamento: o que se pode fazer?
Apesar de não haver cura, os tratamentos disponíveis reduzem sintomas e retardam a progressão.
As abordagens principais são:
- Medicação (ex.: levodopa) para compensar a falta de dopamina
- Fisioterapia para manter a função motora e prevenir complicações
Outras abordagens podem incluir:
- Terapia ocupacional
- Terapia da fala
- Apoio psicológico
O papel da fisioterapia no Parkinson
A fisioterapia é essencial e comprovadamente eficaz na Doença de Parkinson.


Benefícios da intervenção terapeutica:
- Melhorar marcha e equilíbrio
- Reduzir o risco de quedas
- Manter ou recuperar força, flexibilidade e mobilidade
- Treinar funções motoras finas e movimentos específicos
- Trabalhar dupla tarefa (movimento + atenção simultânea)
- Promover autonomia e qualidade de vida
Pessoas com Parkinson tendem a reduzir a atividade por medo de cair — o que acelera o declínio funcional. A fisioterapia combate esse ciclo com segurança e motivação.
Perguntas frequentes (FAQ)
A fisioterapia pode substituir a medicação?
Não. Ambos os tratamentos são complementares. A medicação alivia sintomas; a fisioterapia melhora a função.
O treino físico pode atrasar a progressão da doença?
Sim. A evidência mostra que o exercício físico, quando adequado e regular, retarda o declínio motor e melhora o bem-estar.
É seguro fazer fisioterapia em casa?
Sim, com orientação especializada. A fisioterapia ao domicílio adapta os exercícios ao espaço real da pessoa, tornando-os mais eficazes e seguros.
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Artigo elaborado por Fisioterapeuta Beatriz Lopes – OF nº 8934
Fontes:
https://www.parkinson.org/understanding-parkinsons/non-movement-symptoms/depression
Radder, D. L., Lígia Silva de Lima, A., Domingos, J., Keus, S. H., van Nimwegen, M., Bloem, B. R., & de Vries, N. M. (2020). Physiotherapy in Parkinson’s disease: a meta-analysis of present treatment modalities. Neurorehabilitation and Neural Repair, 34(10), 871-880.
Hayes, M. T. (2019). Parkinson’s disease and parkinsonism. The American journal of medicine, 132(7), 802-807.