Muito além do desgaste articular, a osteoartrite exige uma abordagem ativa e personalizada. Saiba como a fisioterapia pode melhorar a sua qualidade de vida.
A osteoartrite afeta articulações como o joelho e a anca, causando dor e perda de mobilidade. Mais do que um problema mecânico, envolve fatores biológicos, psicológicos e sociais. A fisioterapia é o tratamento de primeira linha, com efeitos semelhantes à medicação no alívio da dor, mas sem efeitos secundários. Combina exercício individualizado e educação, promovendo autonomia e evitando cirurgias desnecessárias.

O que é a osteoartrite?
A osteoartrite é uma condição articular degenerativa que afeta o movimento, causa dor e limita a função. Embora muitas vezes descrita como “desgaste da cartilagem”, sabe-se hoje que:
A osteoartrite é uma doença complexa, com origem em múltiplos fatores: genéticos, metabólicos, comportamentais e sociais.
Dois em cada três pacientes com osteoartrite do joelho ou da anca apresentam outras doenças como hipertensão, diabetes tipo II ou depressão.
Porque é importante uma abordagem multidimensional?
A dor na osteoartrite não resulta apenas da cartilagem desgastada, mas também de:
- Inflamação persistente
- Alterações neuroquímicas
- Estilo de vida sedentário
- Barreiras emocionais e sociais
Por isso, tratar apenas o aspeto físico é insuficiente. É fundamental atuar sobre o todo.
O papel da fisioterapia: intervenção de primeira linha
A fisioterapia é recomendada como tratamento não cirúrgico de 1.ª linha para osteoartrite da anca e do joelho, com múltiplos benefícios:
- Redução da dor
- Melhoria da função articular
- Aumento da força muscular
- Prevenção de cirurgias
- Sem efeitos adversos
Estudos comprovam que a fisioterapia pode prevenir ou adiar a necessidade de prótese, especialmente quando combinada com educação e exercício.



1. Importância do exercício
O exercício é o componente mais eficaz no tratamento da osteoartrite.
Benefícios do exercício:
- Alivia a dor (efeito comparável a analgésicos)
- Melhora a mobilidade e a força
- Aumenta a confiança e funcionalidade
- Reduz inflamação sistémica
É normal sentir dor no início dos exercícios — isso não significa agravamento da doença. A dor tende a diminuir após 5-6 semanas, à medida que o corpo se adapta.
Mesmo antes da cirurgia:
Pacientes que fazem fisioterapia antes de uma artroplastia (colocação de prótese) têm:
- Menos dor pós-operatória
- Melhor recuperação funcional
2. Intervenção individualizada e progressiva
Cada plano de fisioterapia deve ser:
- Personalizado aos sintomas e limitações
- Adaptado à evolução da dor e capacidade física
- Flexível e progressivo
O fisioterapeuta ajusta os exercícios com base na resposta do paciente e pode incluir:
- Terapia manual
- Treino de marcha e equilíbrio
- Aconselhamento sobre ortóteses
- Autogestão e exercício em casa
3. A importância da educação
Educar a pessoa é essencial para garantir autonomia e continuidade do tratamento.
O fisioterapeuta deve informar sobre:
- Causas e mitos da osteoartrite
- Importância do exercício
- Estratégias de alívio da dor
- Consequências da inatividade
- O que esperar com o tratamento
Em suma: Educação + exercício = melhores resultados
Um estudo demonstrou redução de 44% na indicação cirúrgica em pessoas com osteoartrite que combinaram fisioterapia com componente educativa.
Perguntas frequentes (FAQ)
A osteoartrite tem cura?
Não. Mas os sintomas podem ser eficazmente controlados com fisioterapia, evitando agravamento.
Posso fazer exercício com dor?
Sim. O exercício é parte do tratamento. A dor ligeira ou moderada no início é esperada e controlável.
E se for necessária cirurgia?
Mesmo nesses casos, a fisioterapia pré e pós-operatória acelera a recuperação e melhora os resultados.
Quer viver melhor com osteoartrite?
A nossa equipa pode ajudá-lo a reduzir a dor, recuperar o movimento e evitar cirurgia, com planos personalizados no conforto da sua casa.
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Artigo elaborado por Fisioterapeuta Vanessa Figueiredo – OF nº 94
Fontes:
Skou, S. T., & Roos, E. M. (2019). Physical therapy for patients with knee and hip osteoarthritis: supervised, active treatment is current best practice. Clinical and Experimental Rheumatology, 37(5), 112–117.