Fisioterapia e Saúde mental: Como o corpo e mente estão ligados

Neste artigo

Quando ouvimos “não me apetece fazer nada”, é hora de parar, observar e intervir com ainda mais atenção. A fisioterapia, para além da reabilitação física, é também uma ferramenta poderosa para promover o bem-estar psicológico.

A fisioterapia não se limita ao corpo — pode ter um impacto direto na mente. Através do movimento, respiração, relaxamento e contacto humano, a fisioterapia ajuda a melhorar o humor, aliviar a ansiedade, regular o sono e aumentar a autoestima. Um cuidado que olha para a pessoa como um todo.

uma pessoa a tapar a cara com um papel vermelho onde está desenhada uma cara triste

O que liga o corpo à saúde mental?

A prática regular de exercício físico — elemento central na fisioterapia — influencia diretamente o sistema nervoso, o equilíbrio hormonal e o estado emocional.

Estudos mostram que o exercício moderado e orientado:

  • Reduz sintomas de ansiedade e depressão
  • Estimula a produção de endorfina (a hormona do bem-estar)
  • Diminui o cortisol (hormona do stress)
  • Melhora a qualidade do sono
  • Contribui para o reforço da autoestima
mulher idosa a alongar no parque

Benefícios psicológicos da fisioterapia

Melhoria do humor
O exercício promove a libertação de endorfinas, associadas a bem-estar e alívio da dor. Este efeito é particularmente benéfico para pessoas com depressão leve a moderada.

Redução da ansiedade
A regulação do cortisol, através da atividade física e de técnicas de relaxamento, contribui para um estado de maior serenidade e controlo emocional.

Melhor sono, melhor recuperação
A fisioterapia atua na dor crónica e promove hábitos de movimento que sincronizam o ciclo circadiano, facilitando um sono mais profundo e reparador.

Autoestima e confiança
A sensação de progresso e autonomia física — mesmo que pequena — tem impacto direto na autoestima, motivação e autoimagem.

terapeuta a fazer técnicas de relaxamento a paciente
mulher a dormir de venda
idosa a fazer fisioterapia com uma fisioterapeuta, utilizando bandas elásticas

Técnicas com impacto direto na saúde mental

A fisioterapia pode incluir práticas específicas com benefícios emocionais:

  • Respiração diafragmática e relaxamento guiado
    Reduzem o ritmo cardíaco, aliviam a tensão muscular e promovem o equilíbrio emocional.
  • Hidroterapia (exercício na água)
    Ideal para pessoas com dor, stress elevado ou medo do movimento. A água proporciona um ambiente seguro, com menor impacto e grande sensação de leveza.
  • Mindfulness aplicado à reabilitação
    Promove o foco no presente, reduz a ruminância mental e melhora a eficácia da sessão, sobretudo em quadros de dor crónica ou stress elevado.

O papel do fisioterapeuta

O fisioterapeuta pode ser um dos primeiros profissionais de saúde a notar sinais de sofrimento emocional.

Com uma abordagem holística e empática:

  • Adapta o plano de tratamento ao estado físico e emocional do paciente
  • Estabelece relação de confiança e escuta ativa
  • Dá orientação sobre estratégias para gerir o stress no dia-a-dia
  • Ajuda a resgatar o prazer pelo movimento e pela autonomia

Perguntas frequentes (FAQ)

A fisioterapia ajuda mesmo na depressão?
Sim, sobretudo em casos ligeiros a moderados. Pode ser um excelente complemento à psicoterapia ou farmacoterapia.

Tenho ansiedade. Posso beneficiar de fisioterapia?
Sem dúvida. Técnicas como a respiração, relaxamento, mindfulness e o exercício progressivo são muito eficazes.

Como sei que preciso deste tipo de abordagem?
Se sente falta de motivação, dores físicas sem causa clara ou dificuldade em manter rotinas, uma avaliação pode ajudá-lo a perceber o melhor caminho.


Sente que precisa de recuperar o controlo sobre o seu corpo e mente?

A nossa equipa está preparada para ajudá-lo, com um plano que respeita o seu ritmo e necessidades, no conforto da sua casa.

Agende a sua sessão e descubra como a fisioterapia pode fazer a diferença.


Artigo elaborado por Fisioterapeuta Carina Gomes – OF nº 10947


Fontes:

  • Tatta, J., & Willgens, A. M., & Palombaro, M. (2022) Mindfulness and Acceptance–Based Interventions in Physical Therapist Practice: The Time Is Now. Oxford Academic
  • Hemmings, L. & Heneghan, N. R. & Stubbs, E. B. B.,& Soundy A. Healthcare professionals’ perceptions and experiences of physiotherapy for people with mental illness: a protocol for a systematic review and meta-ethnography
  • Organização Mundial da Saúde. (2018). Depression and Other Common Mental Disorders: Global Health Estimates. Genebra: OMS.
  • Rethorst, C. D., & Trivedi, M. H. (2013). Evidence-Based Recommendations for the Prescription of Exercise for Major Depressive Disorder. Journal of Psychiatric Practice, 19(3), 204-212.
  • Ströhle, A. (2009). Physical Activity, Exercise, Depression and Anxiety Disorders. Journal of Neural Transmission, 116(6), 777-784.
  • Conn, V. S. (2010). Depression Outcomes and Physical Activity Interventions: A Meta-analysis. Public Health Nursing, 27(2), 125-133.
  • Bailey, B. W., & McInnis, K. (2011). Energy Cost of Exergaming: A Comparison of the Energy Cost of 6 Forms of Exergaming. Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine, 165(7), 597-602.

Marque uma sessão, nós vamos até si