Descubra porque o gatinhar é fundamental no desenvolvimento físico, cognitivo e emocional do seu bebé — e como a fisioterapia pode ajudar.
O gatinhar é um marco essencial no desenvolvimento motor do bebé — ajuda na coordenação, visão, equilíbrio e desenvolvimento cerebral. Se o seu bebé ainda não gatinha, pode ser por falta de estímulo ou por questões musculares ou neurológicas. A Fisioterapia Pediátrica avalia, orienta e intervém de forma individualizada, sempre respeitando o ritmo da criança.

O que é o gatinhar e porque é tão importante?
Gatinhar é muito mais do que deslocar-se. É o primeiro passo para a autonomia do bebé, e uma etapa-chave no seu desenvolvimento físico, neurológico e sensorial.
Entre os seus benefícios estão:
- Coordenação entre os dois lados do corpo
- Desenvolvimento da visão
- Fortalecimento muscular e equilíbrio
- Estímulo cerebral e organização espacial
- Melhoria da atenção e da concentração
Bebés que gatinham tendem a ter melhor agilidade e controlo motor — fatores importantes até para tarefas futuras como andar, escrever ou praticar desporto.
Sintomas ou sinais de alerta
É verdade que nem todos os bebés gatinham. No entanto, vale a pena estar atento a sinais como:
- Evita estar de barriga para baixo (tummy time)
- Parece sem interesse por explorar o chão
- Apresenta rigidez ou flacidez muscular
- Mostra posturas assimétricas (ex: torcicolo)
- Usa mais um lado do corpo do que outro



Quando procurar um fisioterapeuta pediátrico?
Consulte um fisioterapeuta se:
- O bebé já passou os 7-10 meses e ainda não gatinha nem tenta movimentar-se
- Teve história de prematuridade, torcicolo, displasia da anca ou fraturas
- Evita certas posturas ou tem dificuldade em manter-se de bruços
- Nota assimetrias no movimento ou posturas
- Passa demasiado tempo em dispositivos (cadeirinhas, aranhas, etc.)
O papel da Fisioterapia no gatinhar
A intervenção fisioterapeutica começa com uma avaliação completa, que inclui:
- Observação do sono, alimentação e rotina
- Histórico de gravidez e parto
- Análise postural e motora
- Testes suaves para detetar alterações articulares, neurológicas ou musculares
Com base nisso, é elaborado um plano individual de intervenção, que pode incluir:

Técnicas utilizadas:
- Estímulo sensório-motor adequado à idade
- Técnicas manuais suaves e indolores
- Reeducação postural
- Atividades orientadas para o movimento funcional
Exercícios práticos:
- Estímulo ao tummy time
- Apoio em mãos e joelhos
- Movimentos de rotação e deslocação lateral
- Brincadeiras que encorajam o movimento
- Envolvimento da família com exercícios adaptados ao dia-a-dia
Benefícios da Fisioterapia ao domicílio
A intervenção no domicílio tem várias vantagens:
- O bebé sente-se mais seguro e confortável
- Os exercícios são ajustados ao espaço da casa
- A família aprende como estimular o bebé no seu ambiente real
- Evita deslocações desnecessárias em idades mais frágeis


Prevenção: o que pode fazer em casa
- Dê ao bebé tempo diário de barriga para baixo
- Evite deixar o bebé longos períodos em cadeiras ou espreguiçadeiras
- Promova o contacto direto com o chão (com segurança)
- Use brinquedos para estimular a curiosidade e o movimento
- Vista roupa confortável e use meias antiderrapantes
Perguntas frequentes (FAQ)
1. E se o meu bebé passar diretamente para andar, sem gatinhar?
Embora alguns bebés o façam, gatinhar ajuda no desenvolvimento da coordenação, atenção e equilíbrio. Pode ser benéfico avaliar com um especialista.
2. Com que idade os bebés costumam gatinhar?
Entre os 7 e os 10 meses. No entanto, há variações individuais — o importante é observar a progressão motora global.
3. A fisioterapia é só para bebés com patologias?
Não. Pode ajudar qualquer bebé que tenha dificuldade numa determinada etapa ou precise de mais estímulo.
4. O tummy time é mesmo necessário?
Sim — fortalece os músculos do pescoço, ombros e braços, fundamentais para o gatinhar.
Agende uma avaliação
Se tem dúvidas sobre o desenvolvimento motor do seu bebé, não espere.
A nossa equipa está preparada para o ajudar no conforto da sua casa.
Cada bebé tem o seu ritmo — e a nossa missão é ajudá-lo a crescer com saúde, autonomia e confiança.
Artigo elaborado por Fisioterapeuta Diana Nascimento – OF nº 1247
Fontes:
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Kretch, K. S., Franchak, J. M., & Adolph, K. E. (2014). Crawling and walking infants see the world differently. Child Development, 85(4), 1503-1518.
Shimpei Yamamoto, Umi Matsumura, Lee Yeonghee & Toshiya Tsurusaki (2023) Variability in infant crawling with typical development and risk of developmental delay, Early Child Development and Care, 193:8, 979-991